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Saiba tudo sobre dividendos de ações

Saiba tudo sobre dividendos de ações

Quer dominar os dividendos de ações e aumentar os seus rendimentos passivos? Saiba tudo sobre o que são, como funcionam, os riscos e se vale a pena investir – de forma simples e prática!


É quase certo que quem investe em bolsa já ouviu falar em dividendos. Sim, é aquele dinheiro extra que cai na sua conta quando detém ações. Mas além disto, o que mais sabe sobre dividendos?

Vamos explicar de seguida todos os conceitos importantes. Estou certo que ao dominar os conceitos apresentados, sentir-se-á mais confiante para discutir o assunto e também para começar a equacionar esta forma de investimento

Tudo o que necessita de saber sobre dividendos

  1. O que são dividendos de ações?
  2. O que é a taxa de rendibilidade ou dividend yield?
  3. O que é a data de ex-dividend?
  4. O que é a data de pagamento do dividendo?
  5. Qual a periodicidade de distribuição de dividendos?
  6. O que é o Payout?
  7. O que são dividendos extraordinários?
  8. Quais os impostos e taxas sobre os dividendos?
  9. Quais os riscos de investir em dividendos?
  10. E agora, devo investir em dividendos de ações?

1. O que são dividendos de ações?

De forma simples, os dividendos de ações são pagamentos que empresas listadas em bolsa fazem aos seus acionistas, e correspondem geralmente a uma parte dos lucros. Para os receber, basta comprar ações dessas empresas.
Por casa ação que tiver, recebe o valor do dividendo aprovado na Assembleia Geral de acionistas, para esse ano. Por exemplo, o valor proposto para o dividendo da EDP a distribuir é de 0.20€. Se tiver 1000 ações da EDP, receberá 200.00€ brutos (1000×0.20€)

2. O que é a taxa de rendibilidade ou dividend yield?

O dividend yield é a taxa de retorno do dividendo – ou seja, quanto ganha em relação ao pelo preço da ação. É muito útil para comparar os dividendos de diferentes empresas ou da mesma empresa, em períodos distintos.

Imagine duas empresas: ambas pagam 1€ de dividendo. Comprando 100 ações de cada, recebe 100€ de ambas. Mas há um truque: se a ação da empresa A custa 10€, o yield é de 10% (1/10). Se a da empresa B custa 100€, o yield é só 1% (1/100). Ou seja, na empresa A, investe 1000€; na B, 10.000€ – para o mesmo retorno!

E atenção: o yield fica fixo no preço a que compra. Se comprar a 3€ com um dividendo de 0,20€, o seu yield é 6,67% (0,20/3). Se o preço da ação cair para 2,50€, o yield das suas ações mantém-se 6,67%. Comprar mais barato melhora a média.

É importante destacar que a partir do momento que compra uma ação, o dividend yield não se altera até que haja alteração do valor do dividendo pago pela empresa.

É por este motivo que diferentes investidores podem ter rendibilidades tão diferentes, mesmo que o número de ações seja igual. Se tudo o resto for igual, é preferível comprar quando os preços são mais baixos.

3. O que é a data de ex-dividend?

Ex-dividend é a data a partir da qual as ações negoceiam sem direito a dividendo. Se uma empresa entrar em ex-dividend a 21 de maio, só os acionistas que compraram e mantiverem as ações até ao dia 20, irão receber os dividendos relativamente a esse período.

A partir desta data, já poderá vender as suas ações, garantindo que receberá os respetivos dividendos.

Há um fenómeno que acontece e que poucos investidores estão ao corrente. Na data de ex-dividend, o preço da ação tende a cair o equivalente ao valor do dividendo.
Se o valor do dividendo for de 10% em relação ao preço do dia anterior, espere uma queda de 10% no dia de ex-dividend, pelo menos, durante algum momento da sessão.

É claro que no final da sessão, o preço pode estar acima ou abaixo desse valor, mas tal tem a ver com as flutuações normais de mercado para esse título.

Por esse motivo, se estava a pensar comprar ações de uma determinada empresa pouco antes da data de ex-dividend para as vender logo de seguida, tal poderá não ser uma boa estratégia.

4. O que é a data de pagamento do dividendo?

Esta é a data a partir da qual os dividendos são creditados na sua conta. Para ações portuguesas, é em média 3 dias após a data de ex-dividend. Há empresas do Reino Unido que pagam 2 meses após a data de ex-dividend.

Em suma, cada mercado pode ter um tempo médio distinto. Quando é conhecida a data de ex-dividend, é também apresentada a data de pagamento. Analise caso a caso.

5. Qual a periodicidade de distribuição de dividendos?

Anual, bi-anual, trimestral e mensal. Uma vez mais, depende das empresas e dos mercados em que estão listadas. As empresas portuguesas tendem a pagar 1 dividendo anual, geralmente em maio ou abril. Empresas da bolsa de Madrid, tendem a distribuir 2 vezes por ano. Empresas americanas, fazem-no geralmente trimestralmente e os fundos de ações americanas, mensalmente.
Há para todos os gostos. Tendo uma carteira de ações bem distribuída, pode ter dividendos a entrar na sua conta todos os meses. Yupii!!

6. O que é o Payout?

O payout é a percentagem do valor do dividendo em relação aos lucros. Empresas mais conservadoras, distribuem até 50% dos seus lucros, usando o restante para reinvestir no negócio. Empresas saudáveis, não excedem em regra, os 75%-80%.

Como regra geral, fuja de empresas que se endividam para manter os acionistas felizes através da distribuição de dividendos. Se investir numa empresa com payout elevado (por vezes, acima de 100%), certifique-se que o estão a fazer pelos motivos certos, e.g. receitas extraordinárias com venda de algum imóvel, excesso de dinheiro em caixa, etc. Invariavelmente, um payout elevado é sinónimo de cortes futuros no valor dos dividendos.

7. O que são dividendos extraordinários?

Os dividendos extraordinários são, pela sua natureza, irregulares e manifestam-se quando ocorre um evento extraordinariamente positivo. A sua ocorrência num determinado ano, não garante que ocorram nos anos seguintes.

Entre os vários motivos, destacam-se os seguintes:

  • A empresa apresenta lucros muito superiores ao estimado.
  • A empresa tem reservas de capital elevado e decide distribuir parte desse capital pelos acionistas, em vez de o investir no negócio.
  • A empresa vende imóveis ou uma unidade de negócio, etc.

8. Quais os impostos e taxas sobre os dividendos?

Os rendimentos de capitais provenientes de dividendos de ações de empresas portuguesas, estão sujeitos (à data de hoje e em Portugal), a retenção na fonte a uma taxa de 28%.

Dos 200.00€ do exemplo no início do artigo, só verá 144.00€. Os restantes 56.00€ são retidos pelo seu banco ou corretora para proceder ao pagamento do imposto por si.

Por esse motivo, não necessita de declarar estes rendimentos, a menos que opte pelo englobamento.

Há contudo outras taxas que a instituição onde comprou as ações lhe poderá cobrar. Convém ler muito bem o preçário para estar a par de quaisquer taxas adicionais já que 2% costuma ser um valor comum. Por alto, considere que receberá um valor líquido de aproximadamente 70% do dividendo.

9. Quais os riscos de investir em dividendos?

Para investir em dividendos, necessita de investir em bolsa. E a verdade é que não há nenhum fundo de garantia aos seus investimentos em bolsa. No pior dos casos, poderá perder todo o dinheiro que investiu.

Considero no entanto que, a probabilidade disso acontecer é reduzida para empresas sólidas e com um bom modelo de negócio. Mas mesmo que uma determinada empresa não entre em falência, o seu preço pode cair vertiginosamente.

Há ainda o risco da empresa baixar o dividendo ou deixar mesmo de o pagar.

De forma a mitigar estes riscos, deverá fazer o seu trabalho de casa e ser diligente na seleção de empresas. Sempre que puder, peça aconselhamento profissional.

Dica: Dedique mais tempo a analisar um investimento do que a comprar o seu computador.

10. E agora, devo investir em dividendos de ações?

Bem, essa é uma decisão que só você poderá responder. Ninguém sabe a direção do mercado. Hoje pode estar a ganhar 10% e amanhã, a perder 20%. O mercado é volátil e imprevisível.

Considere investir em ações se:

  1. Compreende os riscos e tudo o que este artigo apresenta.
  2. Não é avesso ao risco e suporta a “dor” de ver o seu investimento a perder 10% ou 20%, por vezes mais.
  3. Tem dinheiro de lado para uma emergência. O mercado pode cair e estar muito tempo sem poder vender as suas ações (com lucro). Se tiver um montante de lado para emergências, ficará mais tranquilo se e quando esses momentos acontecerem.
  4. Faz o trabalho de casa. Seja diligente na escolha das empresas em que decidir investir.
  5. Usa o seu próprio dinheiro. Não peça dinheiro emprestado para investir em bolsa, a não ser que seja um profissional e saiba o que está a fazer. Alavancar o seu investimento é muito bom quando o mercado está a seu favor, mas um verdadeiro desastre se este lhe virar as costas.
  6.  Pede aconselhamento profissional. Ter uma opinião profissional ajuda-o a analisar o investimento de outra perspetiva, mais racional e menos emocional.

Quer começar? Pesquise as empresas com os melhores dividendos e mãos à obra. O seu futuro financeiro agradece!


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